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Foto do escritorvansuzuki9

Texto elaborado pelo bolsista Wesley dos Santos Mateus.


Você com certeza já viu em sua casa algum inseto, afinal, esses pequeninos são resistentes e conseguem se estabelecer em quase todos os lugares do mundo. Os centros urbanos dispõem de tudo que esses bichinhos precisam pra viver e se multiplicar: abrigo, água, alimento e quase sempre ausência de predadores.

Baratas, pernilongos, moscas e formigas são alguns dos insetos que você pode encontrar apenas dando uma volta pela sua casa.

Quando falamos de formiga, você vai lembrar de tê-las visto sob uma sobremesa, ou louça suja, ou simplesmente em uma carreira nas paredes ou no chão e certamente não deu muita importância. De todas as pragas urbanas, a formiga é a mais “aceitável”, afinal, é preferível ver uma formiga do que uma barata, não é mesmo?!

Mas não deveria ser assim, as formigas são pequenas (algumas medindo menos de um milímetro) mas podem ser consideradas importantes agentes transmissores (Figura 1).


Figura 1 – Formigas construindo formigueiro em uma calçada de Ituiutaba-MG. Fonte: Wesley dos Santos Mateus.


Estes insetos em seu processo de forrageamento, ou seja, na busca por alimentos, entram em contato com a sujeira, tendo em vista seu tamanho, as formigas podem entrar em qualquer lugar, do lixo doméstico ao hospitalar, do esgoto ao aterro sanitário.

As formigas nunca estão sozinhas, isso porquê deixam sempre uma trilha de feromônio que é seguida pelas demais, por isso quando uma formiga encontra algum alimento, rapidamente outras centenas de formigas irão chegar (Figura 2).


Figura 2 – Formigas em trilha, enquanto forrageiam deixam um rastro de feromônio que é seguido pelas outras. Fonte: https://veja.abril.com.br/ciencia/genoma-de-formiga-e-sequenciado-pela-primeira-vez/


No ambiente urbano, as formigas constroem seus formigueiros e estabelecem colônias em todos os lugares possíveis, de calçadas (Figura 1) a paredes, se infiltrando pelo piso, fissuras ou buracos (Figura 3).


Figura 3 – Formigas se infiltrando no piso através de uma fissura entre os azulejos. Fonte: https://www.dicasdemulher.com.br/wp-content/uploads/2018/09/veneno-formiga-1.jpg


Devemos, portanto, estar sempre atentos às formigas, manter o ambiente limpo, principalmente os que tem comida, como cozinhas e despensas e em caso de infestações graves entrar em contato com especialistas em dedetização de pragas.

Não é recomendado comer qualquer alimento que esteve em contato com formigas! Ao contrário do que o ditado popular diz, formigas não fazem bem para a vista!

Referencias

IVANA SILVA. As Formigas. FIOCRUZ. 2004. Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/formiga.htm Acesso em junho de 2020.

ANDRÉ BIERNATH. Pragas Urbanas: como evitar as principais e controlar infestações. Veja SAUDE. Publicado em 2019. Atualizado em 2020. Disponível em:https://saude.abril.com.br/medicina/pragas-urbanas-quem-sao-como-evitar-e-o-que-fazer-para-se-livrar-delas/ Acesso em junho de 2020

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Escrito pela colaboradora Giulia Fuentes Duarte.


A Ilustração Científica teve início ao longo do século XVI na Europa, com a necessidade de ilustrar, divulgar e tornar didático os ensinamentos científicos para a população. Com isso, muitas pessoas acham que a Ilustração Científica é apenas um desenho realista, e isso não é verdade! A Ilustração é algo que tem como objetivo explicar, acrescentar informações, sintetizar ou até representar de forma visual um texto; já o desenho é uma ilustração, porém sem compromisso e despreocupado de ambiguidades que possa gerar. Diferenciando então, pelo seu objetivo inicial é primordial.

Há características para que uma obra seja classificada como uma ilustração científica, as principais são verossimilhança e atenção aos detalhes, não podendo ter ambiguidades, permitindo, por exemplo, a identificação do inseto representado. Entretanto, mesmo que se exija verossimilhança, não necessita a inclusão nela de todos os detalhes do animal representado, como, pequenos tubérculos, verticilos antenais, ranhuras e dobras no tegumento.

A área de atuação de um ilustrador científico é ampla, no caso das ciências biológicas as ilustrações são muito usadas nas áreas de botânica, zoologia, ecologia, citologia e anatomia, e pode ser um ilustrador, tanto artistas como cientistas da área, que necessitem da ilustração.

Na área da entomologia existem dois tipos de ilustração entomológica: a narrativa, que apresentam alguns aspectos da biologia do inseto como, habitat, comportamento, ciclo de doenças etc., e a descritiva, que o objetivo é apresentar as características físicas do inseto, não permitindo distorções, portanto é imprescindível uma escala gráfica ao lado do desenho para manter a proporção e futuros ampliações.

A ilustração entomológica é usada para vários fins como, correção de fotografia descritiva com luz estourada e objetos desfocados, descrição de espécies com detalhamento e etc.

A ilustração é como se fosse um espécime em uma coleção, e para isso é preciso validar esse registro. Alguns procedimentos necessários para isso é anotar na ilustração a procedência (local, data, etc.) do inseto, como uma legenda ou no verso, a representação das formas e das cores, se aconselha a desenhar os insetos em sua fase adulta para não haver mais possiblidades de transformações morfológicas, escala gráfica, e o mais importante é manter o rigor, pois cada representação equivocada pode comprometer na taxonomia e invalidar a ilustração. Uma dica é se atentar as partes que tem importância taxonômica, como as antenas, asas, órgãos copuladores, etc.

O Instituto Oswaldo Cruz, com cem anos de investigações científicas, dispõe de um acervo bastante interessante de tratados com ilustrações científicas (Figuras 1 e 2), tanto de produção intra-institucional quando de fora dele. Vale a pena dar uma olhada!



Figura 1. Fotografia da exposição “Insetos Ilustrados” no Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).



Figura 2. Fotografia da exposição “Insetos Ilustrados” no Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).

Referências:

OLIVEIRA, Ricardo Lourenço de; CONDURU, Roberto. Nas frestas entre a ciência e a arte: uma série de ilustrações de barbeiros do Instituto Oswaldo Cruz. 2004. 11 v. Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010459702004000200007&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 20 maio 2020.

ILUSTRAÇÃO Científica UFMG. 2015. Blog do curso de extensão em Ilustração científica biológica da Universidade Federal de Minas Gerais. Disponível em: https://ilustracaocientificaufmg.wordpress.com/tag/ilustracao-entomologica/. Acesso em: 23 maio 2020.

VOCÊ sabe qual é a diferença entre ilustração e desenho? 2018. Disponível em: https://labedu.org.br/voce-sabe-qual-e-diferenca-entre-ilustracao-e-desenho/. Acesso em: 23 maio 2020.

NUNES, Teresa. O que é ilustração científica. 2018. Blog pontobiologia. Disponível em: https://pontobiologia.com.br/o-que-e-ilustracao-cientifica/. Acesso em: 24 maio 2020.

ALBUQUERQUE, Cristiane. Exposição 'Insetos Ilustrados' convida o visitante ao mundo da ilustração científica. 2018. Disponível em:

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Foto do escritorvansuzuki9

Texto elaborado pela colaboradora Sofia Nassif Crestani.

A segunda maior causa de perda de biodiversidade no planeta é a invasão por espécies exóticas. Essas espécies são introduzidas em regiões onde não ocorrem naturalmente e causam danos econômicos, sociais, culturais, ambientais e à saúde humana. Essa introdução pode ocorrer de forma mediada, voluntária (quando há intenções), involuntária (ocorre acidentalmente, como no caso de pragas agrícolas e vetores/agentes causadores de doenças) e por ações humanas.

Se essa espécie consegue se reproduzir e gerar descendentes férteis, com alta probabilidade de sobreviver no novo habitat, esta é considerada como estabelecida e se a espécie conseguir expandir sua distribuição nesse novo ambiente será considerada como exótica invasora. As espécies exóticas invasoras podem causar impactos aos ecossistemas, uma vez que modificam os ciclos ecológicos naturais. A disseminação de espécies exóticas invasoras também representa problemas e custos à saúde humana, por meio da entrada de patógenos e parasitas exóticos. A estratégia mais eficiente e econômica para enfrentar os problemas é evitar novas introduções.

Segundo o Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental existem 461 espécies exóticas no Brasil, sendo 9 da classe Insecta (Tabela 1).


Tabela 1: Espécies de insetos exóticos invasores no Brasil.

Nome científico (Classe, Família)

Aedes aegypti (Diptera, Culicidae)

Aedes albopictus (Diptera, Culicidae)

Anthidium manicatum (Hymenoptera, Megachilidae)

Apis mellifera (Hymenoptera, Apidae)

Digitonthophagus gazela (Coleoptera, Scarabaeidae)

Harmonia axyridis (Coleoptera, Coccinellidae)

Hyblaea puera (Lepidoptera, Hyblaeidae)

Pheidole megacephala (Hymenoptera, Formicidae)

Zaprionus indianus (Diptera, Drosophilidae)

Fonte: Instituto Hórus


Os dois primeiros insetos causam um problema de saúde. O Aedes aegypti é um vetor já estabelecido no Brasil, trazido da África (provavelmente com o tráfico de escravos). Já o Aedes albopictus é recente, chegou à América na década de 80. Apesar de que não foram encontrados adultos de A. albopictus naturalmente infectados, em laboratório foi comprovada sua capacidade de transmissão do vírus da dengue.

Anthidium manicatum (chamada de abelha européia de lã) é uma espécie de abelha endêmica da Europa, Ásia, Norte da África (Figura 1). Foi acidentalmente introduzida na América do Norte e em alguns países da América do Sul como Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.


Figura 1: Anthidium manicatum em detalhes, mostrando o macho e a fêmea. Fonte: https://www.biolib.cz/en/image/id133690/


Uma subespécie de abelha Apis mellifera, também uma espécie de abelha endêmica da África, foi introduzida no Brasil para aumentar a produção de mel no país. De forma acidental essas abelhas escaparam do apiário experimental no estado de São Paulo e passaram a se acasalar com as abelhas da subespécie europeia (introduzidas pelos imigrantes no sul do Brasil), formando um híbrido natural chamado de abelha africanizada. O comportamento agressivo dessas abelhas causou um grande problema no manejo dos apiários e muitos apicultores abandonaram a atividade e também as espécies nativas de abelha começaram a diminuir.

Digitonthophagus gazela é um besouro rola bosta, endêmico da África, Índia, Sri Lanka. Esta espécie tem grande importância econômica, pois foi introduzida (no Brasil pela Embrapa em 1989) em todo o mundo para controle biológico de mosca-dos-chifres e melhoria de pastagens. É reconhecido como espécie invasora e as pesquisas indicam alterações nas comunidades de espécies nativas de besouros coprófagos (ingerem fezes).

A Harmonia axyridis (mais conhecida como joaninha) é um besouro com uma variedade ampla de formas de cores. É nativo do leste da Ásia, mas foi introduzido artificialmente na América do Norte e na Europa para controlar pulgões e cochonilhas. Agora é comum na América do Sul.

Hyblaea puera, lagarta desoladora da teca, é uma mariposa nativa do sudeste da Ásia. A lagarta se alimenta de teca e outras árvores sendo considerada uma das principais pragas de teca do mundo.

A Pheidole megacephala, também conhecida como formiga africana (Figura 3). É considerada uma das espécies invasoras mais problemáticas de formigas e causou problemas ambientais devastadores em todo o mundo. Elas formam uma super colônia praticamente contínua que exclui a maioria das outras espécies de formiga.


Figura 2: Operárias de Pheidole megacephala. Fonte: https://www.antwiki.org/wiki/Pheidole_megacephala


Zaprionus indianus, a mosca africana do figo, endêmica da África é uma espécie generalista, potencialmente uma praga agrícola em alguns locais do mundo.


Para frear o avanço de espécies exóticas invasoras e reduzir impactos de invasões biológicas podem ser adotadas as seguintes medidas:

- desenvolvimento de estratégias governamentais e políticas públicas com objetivo de prevenir a entrada de novos organismos potencialmente perigosos (tanto por meio de introduções intencionais legais ou ilegais, quanto de introduções acidentais),

- criar um programa permanente de controle e manejo de espécies exóticas invasoras já estabelecidas e também das recém-detectadas, com destaque para as unidades de conservação,

- desenvolver programas e atividades de educação formal, informação e conscientização públicas,

- regulamentação para atividades econômicas baseadas no cultivo, na produção e/ou na comercialização de espécies exóticas invasoras e,

- desenvolver capacidade técnica e estrutura institucional necessária ao planejamento e à implementação dessas ações.

Resumidamente: prevenção, detecção precoce e resposta rápida; controle, manejo e monitoramento; informação e conscientização pública; base legal e estrutura institucional; e capacitação técnica.


Referências:

Base de dados de espécies exóticas invasoras do Brasil, Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, Florianópolis – SC. http://bd.institutohorus.org.br/www Acesso em (20/05/2020).

Instituto Oswaldo Cruz - Ciência e Sade Desde 1900, www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm.

“Conheça o Histórico Da Apicultura No Brasil: Sebrae.” Portal Sebrae, www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/conheca-o-historico-da-apicultura-no-brasil,c078fa2da4c72410VgnVCM100000b272010aRCRD.

Contextualização Sobre Espécies Exóticas Invasoras . Mar. 2009, www.avesmarinhas.com.br/10 - Contextualização Sobre Espécies Exóticas Invasoras.pdf.

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