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  • Foto do escritorvansuzuki9

Texto elaborado pela colaboradora Giulia Fuentes Duarte


No Brasil, a fase larval do besouro escaravelho é conhecida popularmente como coró (Figura 1). Esse animal pertence à ordem Coleoptera e é rizófago, ou seja, alimenta-se de raízes vivas ou mortas. Dentro deste grupo, as espécies podem ter variações de acordo com disponibilidade de recursos, como por exemplo o coró-da-soja que é uma praga agrícola. As larvas também têm hábitos subterrâneos, portanto, para encontrá-las nessa fase é só cavar a terra próxima às raízes com uma profundidade média de 5 a 30 centímetros.


Figura 1. Coró fotografado na cidade de Franca/SP. Fonte: Giulia Fuentes Duarte.


Os corós apresentam coloração branca no corpo e a cabeça pode variar em tons de marrom a amarelado, possui três pares de pernas torácicas. Já os adultos possuem coloração marrom avermelhada a preto, corpo ovalado e possuem asas.

Quando esses insetos atingem a vida adulta, geralmente no fim da estação seca e no início do período de chuvas, eles saem da terra para se reproduzir e são atraídos pelas luzes da zona urbana, atingindo mais as cidades do interior por estarem próximas a zonas rurais. Com isso, os insetos invadem as cidades e as fêmeas acabam depositando seus ovos em jardins próximos. A maioria das espécies de coró é inofensiva para as plantas e para os seres humanos.


Referências:

JACOB OLIVEIRA, Lenita. Insetos que atacam raízes e nódulos da soja. Embrapa, [S. l.], p. 1-70, 4 jul. 2020. Disponível em: http://www.cnpso.embrapa.br/artropodes/Capitulo2.pdf. Acesso em: 7 abr. 2020.

SUPER INTERESSANTE. Por que os besouros invadem as cidades do interior na primavera?. Super Interessante, São Paulo, ano 2012, p. 1-1, 21 dez. 2016. Disponível em: https://super.abril.com.br/blog/oraculo/por-que-os-besouros-invadem-as-cidades-do-interior-na primavera/. Acesso em: 12 maio 2020.

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Texto escrito pelo bolsista Wesley dos Santos Mateus.


Muitas pessoas ficariam em dúvida, pois a exploração desta área é nova, mas a Engenharia tem observado a importância dos estudos sobre os insetos no desenvolvimento de novas tecnologias e essas inovações podem estar no seu bolso.

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, na Alemanha, publicaram um estudo em 2015 que pode levar à criação de telas anti-reflexo para smartphones, monitores e tablets.

No estudo, os pesquisadores analisaram as asas de uma borboleta muito comum da América Central, que é conhecida como borboleta transparente ou borboleta asa-de-vidro (Greta oro). Esta borboleta possui asas transparentes (Figura 1), e essas asas parecem ter a chave para uma tecnologia de imagem mais saudável aos olhos.


Figura 1 – Borboleta asa-de-vidro, ordem Lepidoptera, que possui asas transparentes e que refletem pouca luz. Fonte: https://www.fciencias.com/2017/11/17/borboleta-transparente-vida-destaque/


Eles descobriram que as asas destas borboletas refletiam entre 2 a 5% das luzes que incidiam sob elas, enquanto o vidro comum reflete de 8 a 100% da luz dependendo do ângulo de visão.

O que as torna tão especiais são estruturas nanomoleculares presente em toda a extensão das asas. Observando sob um microscópio eletrônico os pesquisadores descobriram que quanto mais aleatórias fossem as alturas dessas estruturas, menos luz era refletida pelas asas (Figura 2). E isso é muito importante para essas borboletas, pois as permite escapar do campo de visão dos predadores.


Figura 2 – Estruturas nanomoleculares nas asas de uma Borboleta asa de vidro, essas estruturas permitem pouca passagem de luz. Fonte: https://www.nature.com/articles/ncomms7909


Em simulação, os autores deste estudo conseguiram modelar a estrutura destas asas, e o resultado, além de refletir pouca luz, ainda tinha efeito hidrofóbico (repelia água).

Estudos como este são muito importantes, pois observando estruturas e comportamentos dos insetos podemos desenvolver e aprimorar tecnologias que facilitam nosso dia-a-dia.

Referências

Siddique, R., Gomard, G. & Hölscher, H. The role of random nanostructures for the omnidirectional anti-reflection properties of the glasswing butterfly. Nat Commun 6, 6909 (2015) Disponivel em: <https://www.nature.com/articles/ncomms7909>. Acesso em junho de 2020.

Gustavo Sumares. “Telas à prova de reflexo estão mais próximas graças a asa de borboleta”. Olhar Digital. 2015. Disponível em: <https://olhardigital.com.br/noticia/telas-a-prova-de-reflexo-estao-mais-proximas-gracas-a-asa-de-borboleta/48154>. Acesso em junho de 2020.


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Texto elaborado pela bolsista Jady Berreta.


Ao longo da história da humanidade conhecemos e estudamos várias construções incríveis feitas pelo homem, mas você sabia que os insetos também são grandes engenheiros da natureza e são inspirações para algumas construções?

As complexas criações feitas nos ninhos pelos insetos como, por exemplo, o favo das abelhas em forma de hexágono. Esse formato permite um encaixe melhor das células utilizando menos cera para sua produção e um aproveitamento melhor do espaço da colméia, além de proporcionar maior estabilidade. Esse arranjo é usado de inspiração nas construções de aviões, na indústria automobilística (Figura 1) e em outras áreas também (Figura 2).


Figura 1: Prateleira em formato de favos de mel para guardar objetos nos carros. Fonte: http://www.blogtaniamuller.com.br/colemia-de-abelhas-e-inspiracao-para-engenheiros-da-ford/


Figura 2: Painel de isolamento acústico em formato de colméia. Fonte: https://img.nauticexpo.com/pt/images_ne/photo-g/28043-9075649.jpg

Outro inseto que é tido como inspiração são os cupins, que chamam atenção por dois principais motivos. O primeiro é a sustentabilidade nas suas construções utilizando saliva, excremento e grãos de areia (Figura 3). Esses três materiais juntos formam uma massa suficiente para construir e moldar todo o cupinzeiro e ficar bem resistente, pois suas fezes contêm açúcares não degradados que funcionam como uma supercola (CONSTRUCAOCIVILPET, 2012).


Figura 3: Cupinzeiros em uma área de caatinga. Fonte: https://cdn-0.hypescience.com/wp-content/uploads/2018/11/termite-hill-695209_1920.jpg


O segundo motivo é o sistema de ventilação próprio que permite a circulação, impede que o ar quente fique preso na parte subterrânea e acontece de uma forma totalmente “automatizada”.

Geralmente, o cupinzeiro é cheio de pequenos canais e um canal central grande (Figura 4). Durante o dia o ar que passa pelos canais menores aquece bem mais rápido do que o ar no canal central e com isso o ar quente sobe e o ar frio do canal central desce. Já de noite é o inverso, o ar dos canais menores esfria mais rápido e, com essa mudança, o ar rico em gás carbônico que estava no canal central sai para a parte externa (Emily DeMarco,2015).


Figura 4: Ventilação nos cupinzeiros. As setas indicam a entrada e a saída das correntes de ar. Fonte: http://termitenestssorakaka.blogspot.com/2017/09/termite-mound-diagram.html


Assim engenheiros estão em busca de construir instalações com os mesmos princípios dos cupinzeiros, sendo auto-sustentáveis e com esse sistema de ventilação para que não necessitem de certos serviços mecânicos como de aquecimento ou resfriamento. Utilizando assim menos energia elétrica.

Uma construção já criada com inspiração no sistema de ventilação dos cupinzeiros é o famoso Eastgate Center (Figura 5 e 6), um shopping localizado no centro de Harare, Zimbábue e criado pelo arquiteto Mick Pearce. O prédio é cheio de buracos por todo seu revestimento, um exemplo de ventilação passiva (Figura 7), de dia a parede do prédio absorve o ar quente chegando ao seu meio mais frio e de noite o ar quente absorvido aquece o interior deixando um ambiente mais agradável (Michelle Douglass, 2015).


Figuras 5, 6 e 7 - Imagens do shopping Eastgate Center no Zimbábue e o sistema de ventilação do Eastgate Center baseado na estrutura de um cupinzeiro.

Fontes: https://www.livinspaces.net/wp-content/uploads/2018/06/Eastgate-center_001_Mick-Pearce.jpg, https://grist.files.wordpress.com/2019/09/47474934_403.jpg?w=940 e https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a7/Natural_ventilation_high-rise_buildings.svg/300px-Natural_ventilation_high-rise_buildings.svg.png.


Referências:

CONSTRUCAOCIVILPET. Insetos arquitetos e suas incríveis construções. Civilização engenheira, 2012. Disponível em:< https://civilizacaoengenheira.wordpress.com>. Acesso em: 20 de junho de 2020.

DeMarco, Emily. How termite mounds ‘breathe’. Science,2015. Disponível em:< https://www.sciencemag.org/news/2015/08/how-termite-mounds-breathe>. Acesso em: 20 de junho de 2020.

CUPINZEIROS INSPIRAM CONSTRUÇÃO DE RESIDÊNCIA AUTO-SUSTENTÁVEL. Inovação Tecnológica, 2004. Disponível em:< https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010170040924&id=010170040924>. Acesso em: 20 de junho de 2020.

DOUGLASS, Michelle. Nove edifícios incríveis inspirados pela natureza. BBC, 2015. Disponível em:<https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150921_vert_earth_arquitetura_natureza_ml>. Acesso em: 20 de junho de 2020.







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