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Por quê os insetos tem cores tão diferentes?

Texto elaborado pelo bolsista Wesley dos Santos Mateus


A coloração nos insetos não é dada ao acaso, é o resultado da seleção natural e da evolução, principalmente para evitar os predadores. Essa coloração pode ser produzida ou adquirida através da alimentação. Neste caso, a coloração é chamada de coloração química e as substâncias mais comuns são: melanina, carotenóides, antoxantinas, antocianinas e riboflavinas. Algumas colorações são do tipo estrutural, como estrias na cutícula.

Existem diversos tipos de coloração associadas à defesa:

1 – Coloração ocultante ou críptica, conhecida também como camuflagem: É a coloração em que o inseto se camufla no ambiente onde inserido, por exemplo, um bicho-folha, que se parece com folhas (Figura 1).

2 – Coloração aposemática ou de advertência: Um tipo de coloração para alertar, quase um “cuidado, eu sou bem perigoso!”, por exemplo, algumas lagartas tóxicas ou urticantes. As principais cores são vermelho, amarelo, preto e azul. Diferente dos insetos com coloração críptica, os aposemáticos podem ficar expostos aos possíveis predadores (Figura 2).

3 – Comportamento deimático: É um conjunto de intimidação, e os insetos o fazem estereotipando a postura e o comportamento de outros indivíduos. Assumem uma coloração com “desenhos” grandes, por exemplo, mariposas com grandes manchas ocelares que parecem olhos de coruja nas asas (Figura 3).



4 – Mimetismo Batesiano – Uma espécie que seria palatável, ou seja, que poderia servir como presa à uma ave insetívora, imitando uma que não poderia, por exemplo, espécies de borboletas da Família Riodinidae imitando as não-palatáveis da subfamília Ithomiinae (Figura 4).

Este comportamento foi estudado por Henry Walter Bates, após um trabalho com florestas tropicais na América do Sul. Ele observou que ambas espécies, palatáveis e impalatáveis, devem ser simpátricas, ou seja, viverem juntas na mesma época do ano e no mesmo espaço geográfico. Observou também que a impalatável (a espécie modelo) deve ocorrer com maior frequência que a imitadora (a espécie mímica).

5 – Mimetismo Mülleriano – É um grupo de indivíduos de espécies diferentes não-palatáveis que estão protegidas por mimetizarem umas às outras (Figura 5).

Este comportamento foi estudado por Fritz Müller. Ele observou que espécies de borboletas impalatáveis se imitavam para criar um padrão de cor e forma, sempre associadas a um odor e gosto ruim, protegendo assim, ambas espécies. Assim como Bates, Müller observou que as espécies devem ser simpátricas, mas neste caso podem existir na mesma frequência.



Referência:

Apostila de Entomologia Básica, UFMG – 2017

MIMETISMO MULLERIANO. Planeta Inseto. Instituto Biológico (IB). Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Disponível em: https://planetainseto.com.br/curiosidades/mimetismo-mulleriano/ Acesso em abril de 2020.

MIMETISMO BATESIANO. Planeta Inseto. Instituto Biológico (IB). Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Disponível em: https://planetainseto.com.br/curiosidades/mimetismo-batesiano/

Dieckman, U. & Doebeli, M. (1999). Sobre a origem das espécies por especiação simpatrica. Nature 400, 354-357. Disponível em: https://doi.org/10.1038/22521 Acesso em abril de 2020.

Speed, M.; Brockhurst, M.; Ruxton, G. (2010) Os benefícios duplos do aposematismo: evitar predadores e coleta melhorada de recursos. Evolution 64: 1622-1633. Disponível em: https://olinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1558-5646.2009 .00931.x Acesso em abril de 2020.

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