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Este texto foi escrito em colaboração entre a profa. Vanessa Suzuki Kataguiri e os discentes Ana Luiza Valério Bomfim, Gustavo Cruz Lima, Iago Cristiano Ferreira, Karen Evangelista Marques e Rodrigo Francisco de Paula.


Jequitiranabóia (Fulgora laternaria): uma de suas principais características, é o formato do apêndice cefálico, que por conta do crescimento de certas áreas, assemelha-se a uma cabeça de jacaré, ou de uma cobra, e a maioria de seus nomes populares anunciam tal característica, tais como: borboleta-jacaré, cobra-voadora, cobra-do-ar ou cobra-de-asa (Figura 1). E durante o vôo (ou quando encontra-se de asas abertas) pode-se observar manchas em suas asas que remetem a olhos de coruja. Apesar do nome, é uma espécie de hemíptero inofensivo (Costa, 2007).


Figura 1 - Jequitiranabóia encontrada na cidade de Ituitaba-MG. Fonte: Ana Luiza Valério Bomfim.


Esse hemíptero (Cyphonia clavata) é uma cigarrinha encontrada nas Américas Central e do Sul que utiliza sua estrutura acima da cabeça para mimetizar formigas da subfamília Myrmicinae (Maderspacher e Stensmyr, 2011), graças ao seu formato e as espinhas na parte superior, para afastar possíveis predadores (Figura 2). Este comportamento é chamado de mirmecomorfomania, ou seja, capacidade de imitar a forma de uma formiga!


Figura 2 - Cigarrinha Cyphonia clavata encontrada em Ituiutaba-MG. Fonte: Gustavo Cruz Lima.


Toxomerus sp., conhecido como mindinho, tem sua beleza muitas vezes ignorada por seu tamanho (Figura 3). Uma pequena mosca, pertencente a família Syrphidae é encontrada em toda a extensão da América, e possui uma beleza única, quando olhado atentamente. Algumas espécies mimetizam himenópteros tanto na coloração quanto na morfologia mas são inofensivos aos seres humanos (Marinoni, 2007).


Figura 3 - O mindinho Toxomerus sp. encontrado em Ituiutaba-MG. Fonte: Iago Cristiano Ferreira.


Os mantódeos são insetos predadores conhecidos popularmente como louva-deus (Figura 4). Esses animais são encontrados em todas as regiões do globo terrestre, exceto na Antártica, sendo representados no Brasil por seis famílias. O nome da ordem Mantodea deriva do grego “mantis”, que significa profeta, adivinho, vidente. Esses termos fazem alusão à posição em que esses insetos são encontrados, com as pernas juntas como se estivessem fazendo uma prece. Seu tamanho varia de 1 cm até 20 cm, sendo seu estágio juvenil denominado como ninfa. Uma curiosidade é que esses animais podem girar a cabeça até 180 graus Esses insetos podem ser encontrados em árvores, arbustos, pastos, líquens, musgos, troncos caídos, serapilheira e também no ambiente urbano (Bravo, 2016).


Figura 4 - Ninfa de louva-deus encontrada em Ituiutaba-MG. Fonte: Karen Evangelista Marques.


Os besouros escarabeídeos (Figura 5) geralmente têm hábito noturno, são detritívoros e cavam galerias (túneis) no solo que servem de proteção durante o dia. As larvas alimentam-se de madeira em decomposição. Algumas espécies de escarabeídeos são pragas da agricultura por penetrarem em plantas e destruírem os vasos condutores (Embrapa).


Figura 5 - O besouro escarabeídeo encontrado em Ituiutaba-MG. Fonte: Rodrigo Francisco de Paula.



Referências:

1- COSTA, Eraldo Medeiros. - FULGORA LATERNARIA LINNAEUS, 1758 (HEMIPTERA: FULGORIDAE) NA CONCEPÇÃO DOS MORADORES DO POVOADO DE PEDRA BRANCA, SANTA TERESINHA, BAHIA, BRASIL. Revista de Ciências ambientais, v. 1, n. 1, p. 35-56, Canoas, 2007.

2 - MADERSPACHER, Florian; STENSMYR, Marcus. Myrmecomorphomania. Current Biology. Volume 21, Issue 9, 10 May 2011, Pages R291-R293. 2011.

3 - MARINONI, Luciane; MORALES, Mírian Nunes; SPALER, Ílven. Chave de identificação ilustrada para os gêneros de Syrphinae (Diptera, Syrphidae) de ocorrência no sul do Brasil. Biota Neotrop., Campinas , v. 7, n. 1, 2007.

4 - BRAVO, Freddy et al. Predadores por natureza: os-louva-a-deus. In: BRAVO, Freddy; R. CALOR , Adolfo. Conhecendo os Artrópodes do Semiárido. 1. ed. São Paulo: Métis Produção Editorial, 2016. cap. 9, p. 96-101. ISBN 978-85-69038-01-6.

5 - Embrapa. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/coco/arvore/CONT000gnte5gek02wx5ok0cdjvsctj9oblo.html>. Acesso em jun. 2020.

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Texto elaborado pela profa. Vanessa Suzuki Kataguiri


As formigas (Figura 1) coletam a resina das plantas para diversas finalidades, por exemplo a proteção contra patógenos (fungos e bactérias) pois a resina tem também esta finalidade nas plantas (Chapuisat et al. 2007).


Figura 1. Formiga Pseudomyrmex sp. (Hymenoptera: Formicidae) coletando resina da cajamanga-anã na cidade de Ituiutaba-MG. Fonte: Vanessa Suzuki Kataguiri


As abelhas-jataí Tetragonisca angustula (Figura 2) adaptaram-se ao ambiente urbano e constroem seus ninhos em locais ocos, como árvores, muros, etc. É uma abelha sem ferrão com pequeno porte (5mm) e quando perturbadas podem apresentar comportamento agressivo como enrolar-se no cabelo mas geralmente são muito calmas (Museu Nacional). São importantes polinizadoras e tem potencial para a melicultura.


Figura 2. Entrada do ninho da abelha-jataí Tetragonisca angustula (Hymenoptera: Apidae) na cidade de Campinas-SP. Fonte: Kátia Gomes Facure Giaretta.


As borboletas olho-de-pavão-diurno Junonia sp. (Figura 3) tem distribuição neotropical e também são encontradas no ambiente urbano (Calhoun, 2010). Algumas pessoas enxergam o manto de Nossa Senhora Aparecida nas asas da borboleta e ficam comovidas.


Figura 3. Borboleta olho-de-pavão-diurno Junonia sp. visitando uma planta na cidade de Uberlândia-MG. Fonte: Karine Rezende de Oliveira


As libélulas podem pousar com as asas abertas (Subordem: Anisoptera) ou fechadas (Subordem: Zygoptera) sob o dorso. As da ordem Zygoptera também são chamadas de donzelinhas por terem o corpo mais delgado. Suas ninfas (náiades) são importantes predadoras aquáticas. Podem ser encontradas no ambiente urbano se houver lagos ou rios localizados proximamente (Souza, Costa e Oldrini, 2007).


Figura 4. Libélula encontrada na cidade de Ituiutaba-MG. Fonte: Lucas Matheus da Rocha.



Referências:

CALHOUN, John V. The identities of Papilio evarete Cramer and Papilio genoveva Cramer (Nymphalidae), with notes on the occurrence of Junonia evarete in Florida. Identities, v. 52, n. 2, 2010.

CHAPUISAT, Michel et al. Wood ants use resin to protect themselves against pathogens. Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, v. 274, n. 1621, p. 2013-2017, 2007.

Museu Nacional. Disponível em <http://museunacional.ufrj.br/hortobotanico/abelhas/tetragoniscaangustula.html>. Acesso em jun. 2020.

Souza, L.O.I.; Costa, J. M. & Oldrini, B. B. 2007. Odonata. In: Guia on-line: Identificação de larvas de Insetos Aquáticos do Estado de São Paulo. Froehlich, C.G. (org.). Disponível em: http://sites.ffclrp.usp.br/aguadoce/Guia_online.

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Texto elaborado pela bolsista Jady Berreta.


São vários os insetos que encontramos no ambiente urbano como nos jardins das casas e nas ruas, mas nem sempre realmente conhecemos cada um deles ou sabemos se transmitem alguma doença. Nesse texto falarei sobre os hemípteros da família Reduviidae, conhecidos popularmente como percevejos predadores (Figura 1).


Figura 1: Nínfa de Hemiptera predador. Fonte: Jady Berreta.


Estes insetos são sugadores que apresentam um aparelho bucal em forma de rostro articulado, que se alimentam de outros insetos (Figura 2), quando adultos apresentam asas anteriores conhecidas como hemiélitros e passam por um processo de metamorfose incompleta (do ovo nasce uma ninfa que é uma miniatura do adulto com brotos alares, que sofre mudanças até a fase adulta).

Os hemípteros predadores são na sua maioria benéficos e por isto não são considerados pragas urbanas e não transmitem doenças (mas podem picar por se sentirem ameaçados e às vezes gerar uma reação alérgica, mas não possuem veneno). São insetos de importância para os programas de manejo de pragas em culturas agrícolas e mesmo na natureza, pois contribuem para o equilíbrio populacional dos insetos fitófagos, reduzindo assim a necessidade de inseticidas (Bergmann e Imenes, 2009).


Figura 2: Reduviidae predador se alimentando. Fonte: https://www.picuki.com/media/2038714978177125103


Alguns desses percevejos são confundidos com os da subfamília Triatominae que é potencialmente o transmissor da doença de Chagas. Os responsáveis pela transmissão da doença são hematófagos (se alimentam de sangue dos mamíferos) e não predadores (Figura 3).


Figura 3: Barbeiros responsáveis pela transmissão da doença de Chagas

Fonte: https://www.mdsaude.com/wp-content/uploads/2012/07/Barbeiro.jpg

Referências:

CRASH, Cesar. Insetologia - Identificação de Insetos. Blog Insetologia identificação de insetos e outros invertebrados. Disponível em:< https://www.insetologia.com.br/p/blog-page_8.html>. Acesso em: 05 de junho de 2020.

Eliana C. Bergmann; Silvia D. L. Imenes. Diferenciação entre Percevejos Fitófagos, Predadores e Hematófagos. Laboratório de Entomologia - Centro de Sanidade Vegetal - Instituto Biológico de São Paulo. Disponível em:< http://www.oocities.org/~esabio/percevejo/percevejo1.htm>. Acesso em: 05 de junho de 2020.

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